II Encontro Nacional da Juventude, em Brasília, debateu melhorias para a educação pública, democracia e produziu um manifesto ao final do evento.

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Ângela Antunes, diretora pedagógica do IPF, em sua fala no II Encontro Nacional da Juventude.

 

Por Ugo Sartori

 

     No dia 12 de agosto comemora-se o ‘Dia Internacional da Juventude’, e neste ano, em Brasília, ocorreu o “II Encontro Nacional da Juventude”, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). De 12 a 14 de agosto, diversas mesas e palestras debateram a educação, a democracia, a arte como ferramenta da educação e novos meios para melhorar o ensino público. O encontro reuniu educadores de mais de 20 estados brasileiros, os quais puderam discutir sobre problemas que enfrentam em suas regiões e experiências pelas quais passaram.


     

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Paulo Roberto Padilha

Um dos objetivos do encontro é como atrair mais jovens para o sindicato, e nessa segunda edição, como a música, o cinema, o teatro, a arte em geral e a internet podem e devem ser usados para a educação de jovens e crianças. Paulo Roberto Padilha, diretor pedagógico do Instituto Paulo Freire, disse em entrevista que “A arte não é nenhuma ferramenta, é uma exigência do aprendizado. Porque a arte é a energia social da emoção. O que faz a arte? Ela nos deixa emocionados, apaixonados e emocionadas as pessoas aprendem mais e melhor, pois desenvolvem a inteligência. Então, educação sem arte é educação fria, insensível, que não promove mudanças de dentro pra fora.”


     Outro ponto destacado no Encontro, foi o problema no financiamento da educação. O assessor do CNTE, Eduardo Ferreira, disse que é preciso rever a arrecadação do PIB e sua distribuição para a educação: “Há um montante de dinheiro que é arrecado e não vai para o financiamento da educação. É necessário rever esta arrecadação para chegarmos aos 10% do PIB. Atualmente, todas as propostas da CNTE estão ameaçadas por muitos projetos que estão no Congresso, como o PLP 257, a PEC 241 e o PL 4567. É tarefa nossa combater esta ofensiva neoliberal”. Em 2013, a arrecadação do PIB para a educação era de 6,2% (INEP), o desejo de alcançar os 10% está previsto para 2024 no Plano Nacional de Educação.

 

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Atividade com o professor Paulo Roberto Padilha no segundo dia do Encontro.

 

     Na palestra ‘Democracia e Currículo Escolar’, na qual discutiu-se o currículo que deve ser adotado pelo ensino público brasileiro, Padilha comentou: “A gente tem que saber respeitar as diferenças e as semelhanças. Temos que saber conviver com as diferenças sociais, culturais e assim construir um mundo mais justo. A direita se une fácil, e nós, da esquerda, temos que nos unir com mais facilidade.” O Instituto Paulo Freire participou dos dois primeiros dias do encontro. Ângela Antunes, diretora pedagógica do Instituto Paulo Freire, ressaltou a importância de encontros como esse: “Este encontro é importante, pois precisamos resistir, temos que refletir juntos e encontrar caminhos para enfrentar a conjuntura."


 No dia 14, o encontro encerrou com a leitura do ‘Manifesto da Juventude da CNTE’ (http://www.cnte.org.br/images/stories/2016/Carta_coletivo_juventude_CNTE.pdf), que surgiu após debates, mesas, palestras e discussões do evento. O Manifesto prevê a defesa da democracia no Brasil e na América Latina, assim como o combate à desigualdade salarial, a divisão sexual do trabalho e a violência de gênero.

 

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Foto final com os participantes do Encontro Nacional da Juventude.
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