Neste mês de setembro, comemoramos o aniversário de Paulo Freire revisitando algumas de suas reflexões que reafirmam a sensibilidade do Patrono da Educação Brasileira.

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     Experimentar o gosto de ser gente é algo profundamente gratificante e humanizador e, se há um espaço fértil, este espaço é a sala de alfabetização de jovens, adultos e idosos.


     Nos seus 25 anos de existência, o Instituto Paulo Freire esteve diretamente envolvido com a formação de mais de 30 mil educadores e alcançou mais de 300 mil alfabetizandos. São inúmeras as histórias de pessoas que compartilharam conosco o gosto de ser gente ao perceberem que faziam parte de um tempo de possibilidades e não de determinismo.


     Quantas vezes testemunhamos o peso do analfabetismo presente nas quebradeiras de coco, catadoras de castanha, pescadores marinhos e ribeirinhos, quilombolas, apenados, indígenas, mulheres, ciganos, agricultores e tantos outros que nunca antes tinham pisado o chão da escola e, ao passar pela porta da sala de aula, mostraram-se cabisbaixos, inseguros, com autoestima profunda e negativamente afetada, desconfiados de sua própria capacidade de aprendizado, pois "já haviam passado da hora de aprender", e, aos poucos, pudemos perceber a postura que foi se alterando, a cabeça se levantando, o sorriso aparecendo, a amizade surgindo, a confiança sendo construída e o medo de falar sendo ocupado pela alegria de compartilhar saberes que eles aprenderam a reconhecer em si. Perceberam-se sujeitos de direitos, reconheceram-se seres de cultura e capazes de alterar realidades. Portanto, "seres de possibilidades e não de determinismo".


     Quantas vezes experimentamos a alegria dos educadores e das educadoras que vinham para o processo de formação continuada contando situações de sala de aula nas quais os alfabetizandos começavam a falar do gosto de ser gente, da alegria de entender que fazem parte da história e podem tomam parte nas decisões de suas vidas e do contexto em que vivem.


     Tantos relatos que poderiam ilustrar quanto vale um processo educacional que nos convoca, educadores e educadoras, a um profundo compromisso com a vida, com a justiça e com a libertação.


     Paulo Freire nos inspira, na teoria e na prática, a nos comprometer com a emancipação humana, com uma educação democrática, que nos mostra o gosto de ser gente que tem o direito e o dever de mudar o mundo.


     Obrigada, Paulo Freire, pela primavera que sua obra recria em tantos de nós.

 

#aniversariodepaulofreire

 

#PauloFreireSempre

 

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