Encontro acontece de 8 a 11/11 e tem como objetivo fortalecer a luta e ampliar a participação feminina no cenário político-sindical nacional.
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Acontece de 8 a 11 de novembro de 2016, em Brasília, no Centro de Formação da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a 6ª Plenária Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais. O objetivo principal do encontro é fortalecer a luta e a organização das mulheres trabalhadoras rurais, reafirmando a estratégia política de ampliar a participação feminina no cenário político-sindical nacional. Nesse sentido, será analisado o contexto econômico, político e social em que se dá esta 6ª Plenária e em que se dará o 12º Congresso Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, que será realizado em março de 2017. Especial enfoque será dado à identificação dos impactos que o cenário atual tem na vida das mulheres. Serão promovidas reflexões sobre os temas do 12º Congresso buscando fortalecer a participação das mulheres nos debates e decisões que acontecerão no mesmo.
Entre as atividades que serão realizadas ao longo da semana destacam-se:
Debates
- Conjuntura nacional, Defesa da democracia e perspectivas para o feminismo na luta das mulheres trabalhadoras rurais.
- Dívida pública, Reforma da previdência rural e os impactos sobre a vida das mulheres trabalhadoras rurais.
Mesa de diálogo
- Papel da formação político sindical na organização e luta das mulheres trabalhadoras rurais.
- Democracia interna e participação dos sujeitos: paridade rumo à igualdade.
A atividade de acolhida reuniu cerca de 400 mulheres que, unidas, reafirmaram o propósito de sua presença nesta 6ª Plenária.
Alessandra Lunas, secretária de mulheres da Contag, na fala de abertura da 6ª Plenária, lembrou que no processo de plenárias preparatórias para o 12º Congresso, trabalhadoras do país todo olharam "de onde vieram", analisaram a conjuntura atual e identificaram onde querem chegar. Estão todas "em luta" por outra sociedade, mais justa e igualitária. Disse que esta semana deverão ser consolidadas contribuições das plenárias regionais que serão apresentadas no congresso de março de 2017.
A secretária lembrou que a luta é interna, garantir paridade e igualdade dentro do movimento sindical (mínimo de 30% de mulheres na direção / coordenação dos sindicatos), e também "para fora". Disse que na Marcha das Margaridas "afirmamos que temos lado, não compactuamos com o golpe, que não foi só com Dilma, mas com cada uma de nós. O recado dado pelos golpistas foi "saiam desse lugar de liderança, voltem pra casa". Mas este espaço é nosso!"
Alessandra lembrou que os desafios que temos hoje, vivendo sob o golpe, ampliam a importância de participação política. "Não aceitamos mais nenhum sistema de dominação das mulheres. Unidas, damos um recado aos nossos dirigentes machistas e retrógrados: vocês podem nos roubar tudo, mas não terão a nossa alma nem nossos sonhos . Não extinguirão os sonhos de liberdade que permeiam a nossa luta".
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Margarida Maria Alves, que deu nome à "Marcha das Margaridas" foi uma sindicalista que moveu mais de 100 ações trabalhistas na Pará durante a Ditadura. Foi assassinada em 1983 e hoje é símbolo de luta para as mulheres, que como ela, acreditam que o mundo pode ser melhor, mais justo e igualitário.