Combatida por segmentos obscurantistas no Brasil, filosofia freiriana é usada em colégio premiado para proporcionar uma aprendizagem diferenciada e centrada no aluno, integrando a comunidade escolar.

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     São Paulo – Em 2014, a escola estadunidense Revere High School, localizada na cidade de Revere, em Massachusetts, foi reconhecida pelo National Center for Urban School Transformation (Centro Nacional pela Transformação do Ensino Urbano) como a melhor escola pública de ensino médio do país.

 

     Dois anos depois, recebeu outra premiação, tornando-se uma das oito medalhistas do "Schools of Opportunity" (Escolas de Oportunidade), do National Education Policy Center (Centro Nacional de Educação Política), por "fazer coisas extraordinárias para os estudantes". Entre seus 2 mil alunos, 34% vêm de famílias de baixa renda e 12% são imigrantes que muitas vezes frequentam a escola falando pouco ou nada da língua inglesa.

 

     Um dos responsáveis por esse bom desempenho é o diretor de Dados e Responsabilidade Acadêmica Lourenço Garcia. Nascido em Cabo Verde, ele é admirador da obra de Paulo Freire, com a qual entrou em contato durante seu doutorado. Segundo ele, isso o auxiliou na implantação de iniciativas bem sucedidas na Revere High School.

 

     "Todo o ensino invertido, engajamento do aluno no ambiente acadêmico, relação entre o professor e o aluno, educação diferenciada e centrada no aluno, agência de estudos, ensino personalizado etc são práticas e teorias que emanaram da filosofia freiriana", conta Garcia, em entrevista concedida por e-mail. "Todos esses ensinamentos foram introduzidos e têm sido implementados na escola secundária de Revere com sucesso."

 

     As ações promovidas na escola têm como objetivo criar um ambiente de respeito e acolhimento para toda a comunidade escolar, incluindo uma "academia" para recém-chegados, onde estudantes com pouca familiaridade com o inglês (são 27 idiomas falados na escola) ou lacuna educacionais recebem o apoio de uma equipe multidisciplinar. Há também um programa anti-bullying e os próprios alunos se organizam em pequenos clubes para promover atividades contra o assédio e a discriminação.

 

     Perguntado sobre os movimentos que no Brasil tentam descaracterizar o legado de Paulo Freire, Garcia é assertivo. "Bom, acho que tudo isto reflete preconceitos orquestrados pela ideologia da direita para desacreditar a filosofia freiriana e manter o status quo na dinâmica do ensino e aprendizagem."

 

Clique aqui e leia a matéria na íntegra.

 

Reportagem de Glauco Faria, da RBA publicada em 29/01/2019, às 13h48, em: https://www.redebrasilatual.com.br/educacao/2019/01/como-paulo-freire-inspirou-uma-escola-modelo-nos-eua

 

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