Seminário Internacional discutiu ações para o FSM

A ideia do evento foi a de fortalecer a participação brasileira em Túnis, onde acontecerá a próxima edição do Fórum.

 

Seminário Internacional FSM rumo a Túnis

Estudantes, representantes de ONGs de todo o país e palestrantes internacionais participaram do Seminário Internacional FSM rumo a Túnis, realizado de 22 a 24 de janeiro de 2015, na Biblioteca Pública do Estado da Bahia, no bairro de Barris, em Salvador (BA). O evento foi promovido por diversas entidades do movimento social baiano e brasileiro com o objetivo de contribuir com a mobilização da sociedade civil brasileira para a participação na próxima edição do Fórum Social Mundial, que acontecerá de 24 a 28 de março, na Tunísia.

 

Na mesa de abertura do primeiro dia do seminário (22/1), Damien Hazard, coordenador da ONG Vida Brasil e diretor da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (ABONG), disse que o FSM vem mudando a forma de enxergarmos o mundo: “Nesses anos, o mundo também mudou. Há 14 anos, nossa utopia era um outro mundo possível. Nesse período, governos de esquerda estiveram no poder, mas isso não significou vencer o capitalismo. Por isso, temos o desafio de seguir em frente”.

 

Alaa Talbi, antropólogo e diretor executivo do Fórum Tunisiano dos Direitos Econômicos e Sociais (FTDES) destacou a importância do FSM ser realizado novamente na Tunísia, país que deu origem à Primavera Árabe: “Em 2013, o fórum deu suporte para que esse processo pudesse continuar. Em julho de 2014, houve outro assassinato político e os organizadores do FSM tiveram atuação bem importante. O trabalho de mediação da sociedade civil foi decisivo para o processo de democratização no país. Eleições democráticas permitiram que membros do FSM se tornassem representantes políticos eleitos pelo povo”, falou. Segundo Talbi, em 2015 a Tunísia está discutindo direitos humanos, justiça social, democracia participativa, lutas dos camponeses e de povos tradicionais.

 

Alla Talbi informou ainda que mais de 1.700 organizações já realizaram inscrições no FSM 2015 e que apenas 3% delas são da América Latina, aproveitando para fazer um apelo para que os participantes do seminário se convençam da importância da participação no FSM, convidando-os a serem atores do que ele chamou de “primavera dos povos”.

 

 

Sheila Ceccon - Representante do IPF

No segundo dia do seminário (23/1), Sheila Ceccon, representante do Instituto Paulo Freire, uma das organizações que integram o Conselho Internacional do FSM, destacou em sua fala a importância dos depoimentos dos companheiros da África, na reflexão sobre o sentido e a atualidade do Fórum Social Mundial. Lembrou que a sociedade civil da Tunísia se fortaleceu ao acolher a edição de 2013 do FSM, a ponto de ativistas do Fórum Social Mundial da Tunísia, dois homens e duas mulheres, recentemente terem sido convidados a assumir quatro importantes Ministérios daquele país. Destacou ainda a declaração de Hamouda Soubhi, coordenador da Rede Educação para Todos do país vizinho, Marrocos, de que “os FSM nos permitiram quebrar clausuras e nos abrir para lutas”, referindo-se às edições realizadas no continente africano. Segundo Sheila, afirmações como as de Alaa e Hamouda não deixam dúvidas quanto à importância de mantermos vivo o processo de construção “de outro mundo possível”, abraçado pelo Fórum Social Mundial, desde sua criação.

 

No último dia de Seminário (24/1), os participantes subdividiram-se em grupos de acordo com a temática de interesse e foram desafiados a responder duas perguntas: O que queremos construir juntos(as) e levar para o FSM da Tunísia? Como organizar uma autogestão que seja verdadeiramente horizontal e inclusiva dos vários tipos de atores?

 

No momento final, os grupos apresentaram suas produções em plenária.